5- Rainhas africanas que você precisa conhecer

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5- Rainhas africanas que você precisa conhecer
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As monarquias ditaram os rumos da humanidade desde sempre, algumas, inclusive, estão em vigor até hoje! Sendo assim, convidamos vocês a conhecerem 5 Rainhas Africanas que você precisa conhecer!

Iniciamos com a dinastia das rainhas-mães Candaces, famosas pela sua diplomacia e organização em batalhas e conflitos, destacando-se a guerra contra o Império Romano e sua expansão sobre a África. As líderes do reino de Meroé, ganharam certo prestígio na corte romana, segundo Estrabão, “os embaixadores (das Candaces) obtiveram tudo o que pediram e César até comutou os impostos que havia imposto”, a organização Candaciana era tão imponente e inovadora que causou espanto aos invasores Romanos, já que a presença das soberanas se dava a frente dos exércitos etíopes e na participação dos assuntos políticos e religiosos.

Enquanto não fazemos um post só sobre as Candaces, leia o artigo indicado ao fim do texto!

Partimos para o reino Zulu, mas não o império da época de Shaka Zulu e sim os dias atuais. Apresentamos a soberana Zulu Mantfombi, que reinou por apenas um mês, comandando cerca de 11 milhões de súditos. Um fato interessante é que a tradição de sucessão ao trono segue quase que atavicamente as práticas do século passado, isto é, assim que morre o soberano, uma de suas esposas assume o trono e prepara o filho primogênito do rei para assumir o cargo. Destacamos também que a coroação ao trono de Mantfombi não foi automática, um conselho com mais de 100 famílias e advogados Zulus tiveram que ratificar sua Ascensão.

Ainda no Império zulu, apresentamos a Rainha/Princesa Constance Magogo Kadinuzulu, musicista habilidosa que ganhou destaque por sua produção musical, que a priori se tratava de uma espécie de rito, sendo denominada de imbongi. Na década de 50 do século passado, suas performances ganharam o mundo em gravações que representavam a cultura Zulu/Banto, destacamos o álbum The Zulu Songs of Princess Constance Magogo KaDinuzulu (As canções da Princesa Zulu

Uma imagem que celebra a nobreza e o poder de Constance Magogo KaDinuzulu, uma rainha africana admirável, cujo legado de coragem e liderança ressoa até os dias de hoje.

 Constance Magogo KaDinuzulu (1973). Na luta contra o Apartheid, foi coroada como Heroína das mulheres Zulus pela brigada feminina do Inkhata.

Claro, não poderíamos deixar de falar de Makeda, ou Rainha de Sabá (já retratada aqui ano passado). Figura importante da história Etíope, também já foi associada a povos do Iêmen, Senegal e Núbia. Makeda é descrita em diversos registros como uma diplomata que diante a influência de Salomão próximo aos territórios Etíopes, lhe oferece uma visita. As passagens sobre os entrelaces amorosos com Salomão se tornam secundários pelo que ela representa enquanto soberana máxima de uma nação independente. Recentemente, tem se estudado a possível conexão de Makeda como ancestral de um dos reis magos que visitaram o messias hebreu em seu nascimento. Para saber mais, confira nosso post do ano passado sobre outras rainhas africanas.

Por fim, aqui em nossas terras a referência de soberania feminina preta fica a cargo de mulheres que assumiram posição análoga ao reinado nos quilombos. Entre elas, Tereza de Benguela ganha destaque. Conforme seu sobrenome indica, é descendente do povo Benguela (atual Angola), que liderou o Quilombo de Quaritêrere, por vezes também chamado de Quilombo do Quariterê ou Quilombo do Piolho, este último em referência ao seu companheiro José Piolho. Tereza reinou por 20 anos, fortalecendo uma das características do quilombo, que foi a presença maciça de negros da guiné em seus cuidados. Segundo Clóvis Moura, quando o quilombo caiu, Tereza ingeriu ervas venenosas, cometendo suicídio, um ato contra possível nova escravidão. A liderança de Tereza de Benguela está a cada dia sendo mais reconhecida, sendo o dia 25 de julho instituído pela Lei Federal n° 12.987, como o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra.

A monarquia é um regime político que, majoritariamente, perpetua o poder em uma família e seus descendentes por meio de uma suposta predestinação divina e política. Tendo em seus quadros figuras masculinas como soberanos e as mulheres como protegidas e símbolos sem poder daquele status, algumas sociedades africanas e afrodescendentes como vimos aqui superaram esse sistema, permitindo um debate mais aprofundado acerca de todas as questões que este sistema também infligiu às suas populações tanto nas Áfricas como no mundo ocidental.

Para conhecer mais sobre o reino de Kush

Referências Bibliográficas

Portal UFGRS – Biografia de mulheres Africanas
Clóvis Moura – Rebeliões das Senzalas
meuartigo.brasilescola – O Reino de Kush

Texto de Israel Neto

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