Essa deve ter sido uma imagem assustadora e poderosa: dezenas de embarcações com milhares de homens muito bem armados e treinados vem em sua direção. É galera, os egípcios tremeram!
Por volta de 730 a.c um exército parte de Kush com um objetivo: conquistar e RESTAURAR kemet (nome certo do Egito) que estava em decadência. E eles tiveram êxito.
Sob comando do próprio rei, o exército de Kush travou inúmeros combates, alguns muito sangrentos. Ao final de um período de um ano, teve êxito e, com suas tropas praticamente intactas, conquistam o Egito, e fazem de Piankh o primeiro faraó da XXV dinastia.
De maneira bem direta, sem muita enrolação, e para vocês se chocarem (ou não) de cara, Kush foi o povo que deu origem ao Kemet.
Os antigos etíopes, através da expansão territorial, deram origem a várias civilizações, como Índia, Babilônia, Arábia, Kemet (Egito), entre outras.
Ao falar sobre Kemet, especificamente, vemos que os mesmos reverenciavam Kush, e entendiam a sua origem. Egípcios coroados tinham suas parceiras escolhidas entre as princesas etíopes, como forma de obter aprovação do povo. Também vemos a influência nas divindades de Kemet, por exemplo, a deusa Isis que tem sua origem em Kush.
No livro Grandiosos Etíopes do Antigo Império Cuxita, a autora Drusilla Dunjee Houston, apresenta Kush como os verdadeiros fundadores das civilizações, de história perdida ou encoberta. Em um trecho, a autora diz:
“Wilford, ilustre estudante de literatura da Índia, descobriu que a Etiópia era frequentemente mencionada nos escritos sânscritos do povo da Índia. O mundo, segundo os Puranas, antigos livros históricos, estava dividido em sete dwipas ou divisões. A Etiópia era Cusha- Dwipa, que incluía Árabia, Ásia menor, Síria, Núbia, Armênia, Mesopotâmia e uma região estendida da África. Esses escritos em sânscrito provam que em épocas remotas estas regiões eram a parte mais poderosa, rica e iluminada do mundo.”
Em 730 a.c., Kemet estava em declínio. Toda sua grandeza havia se perdido, principalmente por abrirem suas fronteiras a outros povos, algo que Kush sempre combateu. Então, quando Piankh marcha em direção ao Kemet, não se trata de uma conquista, mas de um resgate.
Tanto que Piankh, ao obter êxito, retorna para Kush e nunca mais volta ao Kemet, governando de forma remota.
Durante o governo de Shabaka, sucessor de Piankh, o objetivo permanece. Há um maior investimento no resgate da tradição e da cultura original de Kemet, onde executam a restauração de templos, textos e erguem novos monumentos, alguns deles ainda permanecem em Tebas e Luxor.
Shabataka, terceiro da dinastia, filho de Piankh e sobrinho de Shabaka, durante seu reinado, ampliou a capela de Osíris perto do templo principal de Amon, e construiu uma capela semelhante na margem do lago sagrado em Karnak. Também sob seu comando ofereceu proteção militar aos Judeus e Fenícios, contra as investidas do império assírio.
Taharka, quarto e último governante da dinastia, manteve as relações criadas com os judeus e fenícios pelo seu irmão, inclusive sendo citado na bíblia (em 2Reis 19:9 e Isaías 37:9). Ficou conhecido como o mais esplêndido governante dessa dinastia, porém, com o avanço dos Assírios, acaba sendo derrotado e retorna para Napata (Kush).
Essa dinastia, erroneamente conhecida como “dinastia dos faraós negros”, já que em Kemet NÃO HOUVERAM governantes que não fossem negros, nos mostra que a grandeza do Egito tinha de fato uma base muito sólida: KUSH, um império forte, inteligente, habilidoso e PRETO.
Texto de Mayra de Jesus Luiz
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