Kandakes: As rainhas kushitas

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Kandakes: As rainhas kushitas
Antiguidade Africana

As kandakes, kadake ou kentake, era o título dado às rainhas kushitas que, por conta da sucessão matriarcal, eram as que davam à luz aos próximos governantes. Eram as rainhas-mães.

Possuíam um poder absoluto que se diferencia em essência quando comparado a outros do mundo antigo: não era um poder vitalício e nem hereditário.
Os governos eram feitos em ciclos de 10, 20 e 30 anos, seguindo em alternância de poder, o que evitava o despotismo, garantindo o grande desenvolvimento dessa civilização.

Outra característica interessante da forma de governo das Kandakes é a existência de um parlamento, formado por sacerdotisas e sacerdotes, anciãos e anciãs, que eram os representantes da população, sendo esse modelo também utilizado em Kemet e copiada pelos gregos em diversos estudos realizados por eles na Núbia e em Kemet.

-Pois é, galera, a democracia e o parlamentarismo nasceu na África! –

Entre as mais notáveis das Kandakes, se encontra Amanirenas (40 aC-10 aC), que serviu como chefe de Estado, comandante-chefe do exército e Sumo Sacerdotisa de Isis.
Foi sob seu comando que o exército Kushita-Kemita barrou a ocupação romana de Kemet e a invasão do resto da África, no tempo do Imperador Augusto César.

A magnitude de seu poder era notável. Heliodorus, um escritor grego da época, relatou que os exércitos kushitas estavam espalhados em todas as regiões da África e eram tropas muito bem organizadas, pois, apesar de Roma ter enviado cerca de 30.000 militares, no final, foram derrotados pelo poderoso exército de Amanirenas.

Em seus escritos, diz que a rainha enviou mensageiros kushitas ao encontro de Augusto César, com duas flechas de ouro e um recado: “Se você quer guerra, as mantenha, porque vai precisar delas. Se você quer paz, aceita-as como um símbolo de minha cordialidade e amizade”

Augusto César aceitou o presente, terminou a guerra e ainda pagou uma indenização para custear a construção de templos em Kush, que haviam sidos destruídos pelos romanos.

– ISSO É A ELITE MEUS AMORES. ELITE! –

Outro grande feito de Amanirenas, foi ter assustado Alexandre “o grande”.
Chanceler Williams, no livro The Destruction of Black Civilization, nos conta que, ao ouvir sobre Alexandre, a grande imperatriz Amanirenas reuniu suas tropas e os alinhou em uma catarata.

Kandake ficou em cima de um elefante africano em um trono e esperou que Alexandre aparecesse.
Assim que ele a viu, e viu seu exército em toda a sua glória, munido das mais recentes armas de ferro, Alexandre desistiu da invasão e deu meia-volta.

Em uma outra versão, oferecida por William Leo Hansberry, Alexandre se encontrou de maneira semiprivada com Amanirenas, que o aconselhou a deixar a região imediatamente e que se houvesse recusa, ela derrotaria seu exército, cortaria sua cabeça e rolaria morro abaixo.

– Use sua imaginação e escolha qual aconteceu! –

Kush, uma nação preta que combateu a miscigenação étnica e se manteve fiel às suas tradições, foi um império que todo o mundo antigo conhecia, adorava e respeitava.
Se os kushitas são o berço das civilizações, é graças às Kandakes, os ventres-mãe que garantiram o desenvolvimento e existência desse império.

Texto de Mayra de Jesus Luiz

 

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