O Reino de Axum foi um dos maiores governos que já existiram no continente africano, sua história começa por volta dos anos 100 depois da era comum e termina somente por volta do fim do primeiro milênio. Em seu apogeu, seu território era vasto, ocupando a atual Eritreia, Etiópia, Djibuti e Sudão e se estendia para além do continente africano o reino, também ocupava parte das terras que atualmente conhecemos como Península Arábica. Seu povo era constituído pelas etnias que ocupavam o Nilo e o antigo Reino de Sabá.
Segundo o Kebra Nagast, livro histórico da Etiópia que conta a história de seus antigos reis, Ezana herdou o trono após a morte de seu pai, mas sua mãe Sawya serviu como rainha uma vez que seu filho ainda era muito jovem para ocupar o cargo enquanto o jovem Ezana era instruído por Frumêncio, monge sírio de origem fenícia.
Após atingir a maioridade e herdar o trono de seu pai, no século 4 Ezana se converteu ao cristianismo, se tornando assim o primeiro líder africano a fazê-lo, e transformando Axum em um dos primeiros estados cristãos do mundo. Porém, ao invés de praticar o cristianismo de Roma, Axum fundou sua própria religião, chamada de Tewahedo (significa “Unidade”) pelos etíopes e mais conhecida por nós como a Igreja Ortodoxa Etíope. A Etiópia clama sua igreja como a instituição cristã ortodoxa mais antiga do mundo ainda em atividade.
Historiadores defendem que o principal interesse de Ezana ao se converter era facilitar o comércio com o Império Romano (uma das grandes potências mundiais da época) e tentou converter o povo com a intenção de uma unificação cultural, uma vez que suas várias etnias praticavam a espiritualidade tradicional ancestral dos povos do Nilo.
Durante o reinado de Ezana, Axum expandiu vastamente seus territórios, chegando até a entrar em conflito político com seu vizinho, o grande Império de Cuxe, e sendo capaz de derrotá-lo em guerra com a conquista de Meroé. Os escritos antigos descrevem Ezana como um líder gentil, o mesmo absorvia os povos derrotados e compartilhava a prosperidade de seu reino com os novos cidadãos. O reino de Axum também era uma potência comercial na época, possuindo territórios estratégicos em rotas comerciais, o reino era o centro do comércio entre Roma e o Oriente Médio ao controlar o Mar Vermelho. Para administrar e controlar o fluxo comercial desta região, o reino de Axum cunhou sua própria moeda também, chegando a estabelecer trocas comerciais com a Índia e a China.
O que você acha sobre esse episódio da conversão de Ezana? Com certeza é um dos eventos mais controlversos na história africana, né.
Texto de Kahotep Shemsa Hefen
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